quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Humildade do pinheiro

Conta-se que,
quando os pastores foram adorar o Divino Infante,
decidiram levar-lhe frutos e flores
produzidos pelas árvores de modo prodigioso.
Depois dessa colheita,
houve uma conversa entre as plantas, num bosque.
Regozijavam-se elas de ter podido oferecer algo a seu Criador recém-nascido:
uma, suas tâmaras;
outra, suas nozes;
uma terceira, suas amêndoas;
outras ainda, como a cerejeira e a laranjeira, que haviam oferecido tanto flores quanto frutos.
Do pinheiro, porém, ninguém colheu nada.
Pontudas folhas,
ásperas pinhas,
não eram dons apresentáveis.
O pinheiro reconheceu sua nulidade.
E não se sentindo à altura da conversa, rezou em silêncio:
“Meu Deus recém-nascido, o que Vos oferecer?
Minha pobre e nula existência.
Esta, alegremente Vo-la dedico,
com grande agradecimento por me terdes criado na vossa sabedoria e bondade”. Deus se comprouve com a humildade do pinheiro.
E, em recompensa, fez descer do céu e se afixarem nele uma multidão de estrelinhas.
Eram de todos os matizes que existem no firmamento:
douradas,
prateadas,
vermelhas,
azuis..
Quando o outro grupo de pastores passou,
levou não apenas os frutos das demais árvores,
mas o pinheiro inteirinho,
a árvore de tal forma maravilhosa,
da qual nunca se ouvira falar.
E lá foi o pinheiro ornar a gruta de Belém, sendo colocado bem junto do Menino Jesus, de Nossa Senhora e de São José .

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